terça-feira, 24 de julho de 2007

aos tropeções
marcado pela indecisão
confinado durante anos
a este solilóquio
nas ruínas
encurralado

aprendi a buscar
nestas trevas
o barro com que formo
a minha obra

e neste lugar frio onde
inumeráveis tesouros descobri
encarcerei-me
recolhido no silêncio

em tantos momentos quebrei
nesta descida solitária
onde me descobri
e destruí
o que julgava ser
eu

cessei crenças, aniquilei
conceitos
e não temi
olhar no negro lago
no planalto desolado

sei que sou trevas
e sou luz
que tudo é um acaso
e estamos
sós

sou uma traça atraída
a este miserabilismo
no qual me queimo
uma e outra vez
num ciclo
perpétuo

1 comentário:

jorgeferrorosa disse...

Depois de ler o teu poema, que gostei bastante, deu-me a inspiração para escrever um trabalho que vou colocar no caderno da alma. Gosto do teu estilo. Continua a mostrar estas preciosidades impares. Parabéns.
Um abração da Alma.