terça-feira, 10 de julho de 2007

um poema com quatro anos

as tuas esperanças vão esmorecendo
como uma linha de defesa sob intenso fogo
és tu próprio que cais, uma e outra vez, perante este assalto

até o prazer da guerrilha se esgota
quando a férrea vontade se retira
para dar lugar ao ocupante

em vão olhas o horizonte em busca
de um novo alento
que teima em não surgir

a vida, apesar de quebrada, prolonga-se
a agonia da rendição é mais dolorosa
do que a constatação da derrota

o fulgor dos últimos raios de resistência
vai sendo obscurecido até nada mais restar
e a noite avançar lentamente até ao último refúgio


escrito em 15/7/2003

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