sábado, 21 de julho de 2007

aguardo-te nas profundezas aonde descerás
uma e outra vez em busca
da centelha da criação, da esperança
de um dia te ergueres acima
dessa lama à qual foste votado

sou a fugaz visão que te persegue e chamo-te
do lugar onde os amantes celebram o êxtase
inebriados pelo poder
que essa pequena morte lhes traz

na casa da dor e da depressão eu repouso
aguardando as tuas periódicas visitas
a este leito onde
repulsa e atracção se debatem

sou o que almejas sou cura
e doença
existência confinada ao silêncio
que só agora ousas quebrar

1 comentário:

jorgeferrorosa disse...

Procuro a profundidade, encontro neste poema, desvela-se a totalidade, daquilo qu é o tema. Tantas as vezes que se ergue a vontade e tu chamas, continuas a chamar, mas neste espaço de brevidade, encontrar o que nã querias encontrar. Encontras sim! Encontros tresmalhados e visitas do silêncio, entre as horas que sustentam o encontro. Encontrei, um escrito bastante bonito, sim, este mesmo. Não vês? É o teu. Parabéns. Gostei.

Abraço da Alma