terça-feira, 22 de abril de 2008

um cheiro a tabaco e café a exalar
de bocas alheias, misturado
com o pertinente odor de suor,
ressequido vezes sem conta,
assalta-me as narinas ao chegar.

dentro de breves momentos o ruído
das máquinas em marcha tornar-se-á presente
até ao ponto de se fundir num murmúrio
constante, que nos entorpece até parecer
que toda a beleza se pôs em fuga
e que já nem a desesperada centelha,
que se tenta orientar neste labirinto, consegue
encontrar uma cadência à qual se agarrar,
como se a música que ainda conseguisse criar,
apesar da sua desarmonia, fosse
uma réstia de esperança no meio
da fealdade...

1 comentário:

Klatuu o embuçado disse...

Também escrevo sobre as virtudes metafísicas do tabaco... ;)

Boa poesia por aqui.
Abraço.