quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

esta vida branca
como uma tela
imaculada

como uma obra
nunca realizada

branca
como a neve
cujos cristais
únicos e irrepetíveis
caiem
derretem-se
e desvanecem-se
na memória

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

não há tempo, não há descanso
para deixar florescer o sentimento
da necessidade de fuga

não há "aquele" momento,
a fugidia hora
em que emergimos
para respirar

não há nenhuma reverberação
que perturbe o silêncio
instalado entre estas
paredes

só há aquele desespero,
aquela angústia,
a ázima raiva
silenciosa

só há a lenta e opressiva
caminhada do relógio
de regresso ao ponto
de partida.