terça-feira, 15 de novembro de 2011

noite. é neste silêncio que eu procuro o som.
naquele momento em que o ruído de fundo sobrevem
e nos apercebemos que, na realidade, não existe silêncio.
aquela hora em que a cidade aparentemente dorme a meus pés
mas emana um pulsar constante.
o pulsar eléctrico de mil máquinas "silenciosas" em funcionamento.
o pulsar dos corpos que, aqui e ali, se buscam e se debatem.
o pulsar de choros refreados, de tragédias pessoais, de desalentos e amargura.
um pulsar grave,... contínuo,... lento...
pudesse um único som resumir a nossa existência e seria
o de uma estrela a ser sugada para o vórtice.
uma força voraz que não atende aos desejos, cega ao passado.
deus?
no vazio o som não se propaga...