um murmúrio faz-se anunciar, como um prenúcio
da tempestade que se avizinha.
ao contacto com as cordas a avassaladora força do som
preenche o vazio evocando a fúria da criação.
a reverberação faz a nota distender-se almejando o infinito.
a mão ataca uma e ainda outra vez, numa cadência
que nenhum metrónomo dita, e que apenas busca
o contacto com as mais primordiais forças em acção
repetindo entoações como num mantra
cuja intensidade cresce tenuemente até nos envolver por completo
num ritual xamanístico com a guitarra
onde se alcança a comunhão com esse monolito sónico
que atravessa toda a existência desde tempos primevos.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
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