terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

regressas sempre ao mesmo lugar.
vindo de todo o lado, tentando voar
para um lugar mais alto, para onde
te esqueças de tudo aquilo que
nunca conseguisses que fosse teu.

mas acabas sempre por voltar.
não ao ponto de partida, não aonde
conseguiste encontrar refúgio, sonhar
que um dia, em algum momento,
tudo melhoraria, porque isso sabes ser
uma grandiosa ilusão.

mas, aquilo a que sempre regressas,
é o momento em que sentes tudo
a desabar, a ferir-te, o lento esmagar
de mais um estilhaço de um sonho,
que atinge tudo de mais íntimo,
vibrando numa grave ressonância
onde pressentes a revelação de um futuro
que nunca nunca desejaste...

1 comentário:

jorgeferrorosa disse...

Não sei muito bem o que conseguimos, mas estamos e tu estás no local onde a tua consciência pulsa, aqui, ali, acolá... nisso mesmo somos, com ou sem ilusão. A vida feita de sonhos, por vezes acorrentada... vamos, estamos a caminho, somos andantes de uma situação que me parece não muito bem definida.
Continua a escrever as tuas pétalas do sentimento, com o primor e a magia das palavras. Muito bonito.
Abraço