é preciso fugir
fugir de todo o ruído
que tolda a criação
fugir da realidade castrante
da loucura desta normalidade
do quotidiano estéril
quotidiano de destroços
e meios-seres
taciturnidade imposta
por vicissitudes da vida
permanente fractura
experiências na obliteração
sofrimento em vida
para glória póstuma
mais um altar
na galeria dos malditos
propriedade da humanidade uma ova!
estar-se grato
pelo sofrimento, a apatia?
sanguessugas inúteis
sofredores por procuração
em cada poema a ira, a volúpia
da destruição
doses de experiências frustradas
buscas, depressão
a opressão mental da fábrica
"arbeit macht frei"
o espírito da fábrica
sem glória proletária
apenas um imenso vazio
a sugar-nos a humanidade
a drenar-nos a vontade
ad astra per aspera
ad majorem gloriam
inutilidade agridoce
máximas ocas para conter
a fúria
repouso narcotizante sob o falso
consolo da justiça divina
cada dia uma batalha
cada criação uma vitória
movimento perpétuo
pequenos vislumbres de
uma fuga maior
imaginação sem limites
criação sem dogmas ou regras
a criatividade é a força motriz
escrevo na frente de batalha
no meio do alvoroço
escrevo no silêncio
sob o olhar dos demónios
escrevo na solidão
sob a alçada do medo
escrevo escrevo escrevo
terça-feira, 28 de agosto de 2007
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