quarta-feira, 1 de agosto de 2007

à distância o mar debate-se continuamente com a areia
não mais sussurrando o meu nome
tenho ânsia de partida
e saudade
antes do início da jornada

sento-me na ausência
no silencioso estilhaçar do sonho
no momento em que tudo desagua
nesta imensidão que já não mais me fala

é um vazio que se instala quando
constatas que o murmúrio cessou
ao passares os limites
dos portos da tua juventude
todos os mapas náuticos caducaram
e navegas à deriva

por entre ilhas e rochedos solitários
procurando racionalizar uma rota
que apenas o acaso te ofertou
na verdade a glória sempre te foi alheia
na verdade a glória sempre me foi alheia

1 comentário:

jorgeferrorosa disse...

TALVEZ SEM RUMO NO ACASO

Na distância de mim, enfim
Uma outra distância que sussurra,
Um ponto de focagem rolando...
Uma mensagem silenciosa, no fim
No meu, no teu sonho passando.

Esta força talvez imprópria
O momento da grande imensidão
O porto de abrigo sem ninguém...
A doçura da solidão acentuada,
Neste acaso, sem prazo também.

Mapas da glória dos murmúrios
Rotas desses pensamentos...
Razões, motivações desfeitas
Um isso que ainda guardo comigo
Nas perfeições imperfeitas
Enquanto navego à deriva contigo.

....

Muito belo o teu poema, fez-me pensar, e tomando-o na alma, este fragmento pude escrever e na força das letras navegar. Continua a escrever.
Um abraço da Alma