sexta-feira, 31 de agosto de 2007

fere-me a ausência
a tristeza que acompanha
o desejo

a voluptuosidade inata
por vezes
negada

servida com uma sensação
de perda, talvez
prisão

esta insaciável necessidade
de consolo
de satisfação

uma dor que se crava
aguda, profunda
e fina

como a lâmina
com que um negro dia
por cinco vezes golpeei
o meu antebraço

caminho que jurei
jamais
voltar a enveredar

é tudo sempre (d)escrito
no momento em que as fissuras
se tornam visíveis

quando todas as sensações
se tornam intensas
demasiado intensas

quando tudo parece
escapar-te por ínfimas
distâncias

quando caminhas
na invisibilidade
da vida

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