quinta-feira, 11 de outubro de 2007

fotografo com a mente a minha permanência no teu corpo
e revivo durante o dia a visão desse eclipse.
pressinto na tua pele esse desejo que aguarda
oculto na alva beleza desse místico contorno
onde me perco, onde me encontro.

esse terno abismo de celebração da vida
vulvar templo de um culto ancestral
revelado no forte pulsar deste sangue
que dilata, inebria, embala na sua magia carmim.

somos eternos viajantes, exploradores na demanda
da feérica revelação que incandesce as falésias abissais,
nos ergue das profundezas, num grito que surge
de secretos reinos que nos recebem numa luz brilhante,
onde és deusa, minha consorte, e somos estrelas no firmamento.

1 comentário:

jorgeferrorosa disse...

O acto de fotografar consiste em ser capaz de trazer à presença aquilo que está dado e pela poesia tu exibes esses mesmos contúdos daquilo que tens interiorizado, pela aguda sensibilidade do contorno místico, a um celebrar de situações de magia, onde te perdes num constante abismo do querer dizer por vezes aquilo que escapa. Estás embalado no teu mundo pela magia da revelação procurando os pormenores daquilo que falta dizer e esse mesmo dizer é secreto e brilhante..
Fino toque pelas palavras que dilatam olhares. Gostei. Continua a presentear com belos escritos.
Abraço da Alma