domingo, 24 de janeiro de 2010

as fissuras afloraram à superfície, imperceptíveis de início, mas logo inequivocamente presentes, conferindo, numa primeira visão de relance, uma distinta aura de pintura antiga, uma falsa disposição artística, revelando logo em seguida porém as suas verdadeiras debilidades, a fragilidade intrínseca que já denunciava o colapso.
imóvel, incapaz de se regenerar evitando a desesperante ruína, o edifício desabou num clamor de angústia abrindo caminho à insuportável banalidade do quotidiano humilhante.
das suas alas fugiram o que restava da delicadeza e vontade e o ocupante das ruínas renomeou-se desespero.

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