afinal a angústia não cessou com o fim da adolescência,
a desorientação tornou-se regra e os objectivos
foram caindo na areia beijada pelas ondas e o vento
as horas são passadas a tentar travar a sua passagem
como se estivesse sempre presente a voz do personagem que repete
"esta é a tua vida, e está a acabar, um minuto de cada vez"
a percepção do tempo mudou e com ela
a percepção da esperança, da justiça.
a monotonia diária que estilhaça a vontade e abre
subrepticiamente a porta à loucura,
é uma máquina cuja cadência esmaga a fúria
restam seres isolados em casulos vivendo
ilusórias vidas de ecrã rodeados de
nomes fictícios
consideramos arte a mancha escarlate
que corre da intervenção da lámina
no nosso pulso
rendidos à apatia de um não-futuro,
uma não-vida num não-tempo
profundamente sós.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
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1 comentário:
Gosto muito da tua poesia, Jorge. Apesar de já conhecer este blog há bastante tempo - encontrei-o ululante ao acaso -, só agora o aicionei aos meus antídotos.
Se quiseres, passa no meu covil. Talvez seja do teu agrado.
Saudações apocalípticas,
Nodula de Nomada
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